Três fases que ilustram um caminho feliz.

 

Ao longo de muitos anos a tratar portadores de fendas lábio palatinas, a maior lição que o tio Rowney diz ter aprendido foi, o verdadeiro valor de ser um construtor de sorrisos. Sei que esse é um lugar comum. Mas é de facto de uma construção que se trata. Ainda mais fascinante é o facto de aplicar uma ciência que se notabilizou pelo valor estético que proporciona, em prol dos verdadeiros valores da Medicina. Proporcionar melhores condições de saúde e restabelecimento das funções.
Não existe a “porta da felicidade” e o resultado só aparece ao fim de longos períodos de trabalho. O sucesso é consequência de um esforço conjunto entre paciente, profissional e pais. A natureza não dá saltos e precisamos saber esperar os momentos certos para actuar. Em alguns casos o tratamento exige a manutenção de aparelhos numa perspectiva, não de corrigir, mas de conter os avanços produzidos numa fase anterior. Enquanto a natureza realça as sequelas e problemas causados pela malformação congénita.
Os recursos necessários, muitas vezes exigem a adaptação e individualização do tratamento. Só assim é possível adequar e optimizar as características dos recursos que estão disponíveis nos arsenais terapêuticos. Também é uma verdade daquelas, mas cada paciente é único e seus problemas não são os mesmos de outro paciente. Ainda que tenham um diagnóstico de classificação dentro do mesmo grupo de malformação.
Aos pais que tantas vezes passaram noites em claro a pensar se será possível atingir objectivos que a partida parecem utópicos, deixo aqui esta imagem que me ofereceu o tio Rowney, como lenitivo.
Leva o seu tempo, sim. Há muitas fases a suplantar, é verdade. Mas com persistência, determinação e paciência, o caminho faz-se, caminhando.
Bem haja
Lipi Rabit